segunda-feira, 20 de abril de 2009

#69 - Imagem é quase tudo...


É uma grande ironia saber que o primeiro produtor da banda iniciante The Cure, pelos fins da década de 70, tencionava fazer com que o grupo não tivesse apelo de imagem. Irônico, mas compreensível.

Irônico porque quando se fala em The Cure o que vem à nossa mente é exatamente a imagem forte do grupo, concentrada sobretudo no líder, compositor, guitarrista, pianista e vocalista Robert Smith; e compreensível porque, na verdade, Chris Parry queria aparentemente desfazer um transtorno inicial causado por um importante concurso musical que o The Cure venceu, mas cujos louros (uma gravação oficial) nunca concretizaram-se sob alegação de que a banda só havia vencido por causa da imagem forte que passava.

No fim das contas, o que mais importava (a música) acabou tomando primeiro plano na história toda, e o The Cure alcançou extraordinário sucesso no mundo todo.

A preocupação excessiva com uma sonoridade legítima, mais o fato de Robert Smith ser o cabeça da banda, resultaram em inúmeras modificações na formação da banda, tanto que, atualmente, o único integrante que permanece desde a formação original é o próprio Robert.

Nas músicas, essa concentração criativa se reflete em muitos aspectos que tornam a sonoridade do The Cure interessante. Cada canção é muito precisa e ensimesmada, uma espécie de mosaico cíclico. E claro, uma das marcas registradas do grupo, indício também do valor de Robert como grande melodista: quase todas elas são introduzidas e entremeadas por uma frase limpa de guitarra.

Eis minhas preferidas:

The Cure – "Friday I’m in Love":
http://www.youtube.com/watch?v=TSmfNxmaQHc

The Cure – "A Forest":
http://www.youtube.com/watch?v=NYzQpNol-yo&feature=related

The Cure – "Lullaby":
http://www.youtube.com/watch?v=tYtYe9K6zv4&feature=related

Bom proveito!

segunda-feira, 13 de abril de 2009

#68 - S.O.S. para o Céu

O indivíduo que já conhece uma tal cantora e compositora chamada Issa, sabe que ela é um dos grandes nomes da música que engrossa a fileira dos artistas contrários à soberania e abuso da poderosa indústria fonográfica.

Há poucos anos, Issa adotou a postura de disponibilizar todas as suas músicas para que os interessados pudessem comprá-las pelo preço que lhes desse na telha. Isto não só como forma de viver de sua arte segundo os padrões de seus próprios fãs, mas também como meio de auxiliar a natureza, evitando que suas obras demandassem a produção de toneladas de plástico para serem distribuídas ao mundo.

Esta ideologia, no entanto, não tem longa data na vida de Issa. Este estado de consciência veio-lhe repentinamente, lá pelo início dos anos 90, quando sua carreira musical guinou significativamente para algo mais leve e espiritual.

Alguns dizem que uma música em especial pode ser considerada a perfeita linha divisória entre Issa e Jane Siberry (seu nome verdadeiro). Trata-se da belíssima “Calling All Angels”. Qualquer um que tenha assistido “A Corrente do Bem”, com certeza se lembrará desta canção, já que ela envolve a cena final do filme com uma sensibilidade da qual é impossível sair ileso...

- Jane Siberry (nome atual Issa) – “Calling All Angels”:
http://www.youtube.com/watch?v=7L3UY_xnhw4&feature=related

Bom proveito!