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quarta-feira, 14 de julho de 2010

#75 - Kala Marka - Nuevo Mundo. Mundo Nuevo


Como amante incondicional de música andina, eu não poderia deixar de compartilhar com vocês esta que é para mim, até o momento, a empreitada musical mais bela dos últimos anos.

Aparentemente alguém resolveu juntar o grupo boliviano Kala Marka, uma orquestra, coral com mais de cem crianças para tocarem músicas tradicionais andinas.

Peço desculpas pela escassez de informações que ainda tenho a respeito da iniciativa. Quem sabe quando minha cópia do DVD chegar da Bolívia (já foi encomendada! Vivas!) haja nele maiores detalhes.

O que sei é que tal concerto resultou em interpretações que certamente os músicos tradicionais andinos nunca vivenciaram, e numa sonoridade tão rica quanto pura. Pura como essa cultura nunca deve deixar de ser.

Agora deixa eu mostrar algumas de minhas preferidas:

India Leñera:
www.youtube.com/watch?v=YyOvQxY3JSY

Malacun Wawapa:
www.youtube.com/watch?v=wjWOdeWTgvE

Cancion y Hayno:
www.youtube.com/watch?v=mk3li1jFJ7s

El Dorado:
www.youtube.com/watch?v=VJbpqBXFnc8

Bom proveito!

#74 - Libertango



Numa noite como outra qualquer, o músico argentino que andava por aquela rua talvez jamais imaginasse que seria violentamente abordado e agredido.

Assalto? Sequestro? Nada disso... A vítima era ninguém menos que Astor Piazzolla, e seu crime - segundo os berro do agressor - era estar destruindo o Tango.

É de causar suspeitas (muito positivas, a meu ver) se toda uma classe de músicos ortodoxos parte em cruzada contra alguém que esteja supostamente modificando as bases de um estilo culturalmente muito arraigado.

No caso de Astor Piazzolla (Mal Del Plata, 1921-1992), não existem mais suspeitas quanto ao valor de sua revolução. A prova está no que o próprio Tango, em sua paixão e calor mais intensos, é hoje em dia.

Na obra deste incrível compositor e instrumentista, o frenesi trágico transfere-se para cada fibra das harmonias e melodias. E se você se deixa envolver por elas, pode até sentir um gosto de transgressão que, talvez, foi o que inundou as almas de seus opositores do passado. Seria inveja?...

Astor Piazzolla - Tanguedia:
www.youtube.com/watch?v=3VWfsea7tnw

Astor Piazzolla - Libertango:
www.youtube.com/watch?v=RUAPf_ccobc

Bom proveito!

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

#72 - Dia das Crianças


É bem provável que pouca gente pusesse fé que um rapaz nascido no Cairo, cantor mediano e tocador mediano de violão, pudesse ir para o Canadá para viver de música. E os anos de busca infrutífera de Raffi (seu nome, dado pela mãe em homenagem a um poeta) por sucesso pareciam estar corroborando as tristes expectativas.

Raffi não se destacava quando arranjava algum lugar para tocar, e eles estavam começando a escassear. Porém, em meados da década de 70, logo antes que ele arrancasse os cabelos em desespero, um convite inesperado e casual apareceu. De início a empolgação tomou conta de Raffi, mas o revés veio imediato: a proposta era uma apresentação numa escola de Toronto, para uma platéia de crianças.

Apesar de muito reticente, ele decidiu aceitar o inusitado desafio. Incrivelmente, sua apresentação foi um sucesso tão grande que, do dia para a noite, Raffi ganhou uma carreira no mundo das músicas para crianças. Ao longo da década de 70 e 80, suas composições, carisma e simplicidade arrebataram milhões de fãs (mirins e adultos), não só nos EUA, mas em todo o planeta.

Atualmente, Raffi é um dos grandes nomes na luta pelos direitos das crianças, causa pela qual já foi premiado inúmeras vezes.

Embora não esteja mais fazendo shows, o molde de suas apresentações vem sendo mantido por alguns outros artistas. No Brasil, um bom exemplo disso é o grupo “Palavra Cantada”.

No Youtube, há um show clássico de Raffi na íntegra. Aí vai uma das partes:

Raffi – A Young Children’s Concert (parte 2):
http://www.youtube.com/watch?v=z1jhz50lW8I

Palavra Cantada – “Sopa”:
http://www.youtube.com/watch?v=Q7KctMnADEw

Abraços a todas as crianças crescidas ou não!

segunda-feira, 2 de março de 2009

#66 - O Canto das Montanhas


É estranho como nós, quase sem perceber, voltamos boa parte de nossa apreciação das músicas aos intérpretes. Não há dúvidas de que o talento dos músicos, cantores, serve não só para materializar algo que pulsa temporariamente no mundo abstrato, como também para dar às músicas diferentes níveis de brilho e riqueza.

Um fato causou uma inversão de valores em mim, quanto a este assunto. Ao tomar contato com a belíssima contribuição do grupo brasileiro Tarancón, percebi que as espetaculares canções folclóricas andinas (sobretudo bolivianas) perdiam completamente o encanto na voz de intérpretes refinados.

Ao serem ouvidas, por outro lado, sob o espírito de artistas menos “dotados” (na falta de outro termo), que expressam simplicidade em suas performances, tudo ganha um espírito real e muito envolvente.

Talvez isto se deva ao fato da arte andina ter por princípio, mesmo sob temas tristes, a expressão da alegria e do pulsar vigoroso da vida. A cultura musical, sobretudo, prestava-se a reuniões familiares, de companheiros, ou seja: comunhão.

É sempre muito difícil descobrir quem são os autores de músicas tradicionais ou folclóricas. Mas fica aqui uma reverência ao citado grupo Tarancón, sem o qual muitas destas obras-primas ficariam relegadas em seus locais de origem.

- Minha preferida: “Boquita de Cereza”:
http://www.youtube.com/watch?v=ujEoQP_UlQc

- Canção de protesto: “Pobre Mi Gente”:
http://www.youtube.com/watch?v=PoEMraUFqfU

- A respeito do rito de rua Tinku, que prepara jovens para a fase adulta “El Tinku”:
http://www.youtube.com/watch?v=PuciXZkFIMI

- Adendo, "Ojos Azules", que tanto procurei há algum tempo e só agora encontrei:
- "Sariri":
Bom proveito!

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

#63 - Com quantos versos se faz uma canção...


Em 1995 acontecia mais uma edição do Festival Eurovisão, um concurso de canções televisivo dos mais importantes do mundo, com uma audiência que já chegou a centenas de milhões de espectadores. Como sempre, vários países, não só da Europa, estavam com suas canções originais inscritas e seus respectivos intérpretes.

No ano citado, em especial, algo ocorreu de intrigante... Dentre todas as belas canções apresentadas, foi escolhida como vencedora absoluta a de uma dupla formada por uma violinista e um pianista. O detalhe que chamou a atenção sobre esta vitória foi que a tal música dificilmente poderia ser denominada como “canção”, e não tinha mais do que três ou quatro pequenos versos, em poucos segundos de voz no início e final de uma obra absolutamente instrumental.

Seria muito comum, num caso desses, que houvesse uma grande polêmica, e que os “maus perdedores” protestassem contra o resultado, talvez até com razão. Mas ninguém se levantou para contestar a vitória de “Nocturne”, e foi a partir dela que a dupla Fionnuala Sherry e Rolf Løvland (ela irlandesa, ele norueguês) surgiu para o mundo, sob o nome de Secret Garden.

Ouvindo a citada música, compreendemos por que coube aos demais apenas resignarem-se...

- Secret Garden – “Nocturne”:
http://www.youtube.com/watch?v=iqF9iqBZKv0&feature=related

- Secret Garden – “Song from a Secret Garden”:
http://www.youtube.com/watch?v=wasYNNfnfVE

Bom proveito!

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

#58 - Boas Festas!


Gostaria de, em primeiro lugar, desejar a todos um Feliz Natal. E em segundo lugar, gostaria de sugerir que, em meio a tantas correrias naturais pelos produtos costumeiros das Festas, todos pudéssemos, no mínimo, tirar alguns instantes para refletirmos sobre a razão de existência desta data.

Esquecendo discussões inúteis sobre datações, há pouco mais de dois mil anos veio ao mundo um homem que dividiu a contagem dos anos em Antes e Depois, por nos ensinar a amar.

Jesus de Nazaré dividiu a História Planetária por inverter totalmente o paradigma moral da época. Ao invés de “olho por olho, dente por dente”, o amor incondicional e o perdão tornaram-se as novas Leis Humanas e o mais difícil dos desafios íntimos que temos de enfrentar.

Tamanho é o absolutismo de seu ensinamento que ainda hoje raros são aqueles que conseguem pôr em prática. Ainda assim, o desafio está colocado, não como uma lei religiosa vazia, mas como o único caminho para a felicidade verdadeira (a coletiva) e para a evolução do mundo.

Existem muitas músicas natalinas, e gostaria de postar uma de minhas favoritas numa versão mais moderna que achei bem bonita. E também uma clássica homenagem de Bach ao Mestre da Humanidade.

“God Rest Ye Merry Gentlemen”(autor desconhecido):
http://www.youtube.com/watch?v=01uoLNxSLrY

“Bach – Jesus Alegria dos Homens”:
http://www.youtube.com/watch?v=DNdjML2kquc&feature=related

“Ame ao próximo como a ti mesmo, e a Deus sobre todas as coisas.”

Feliz natal a todos!

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

#52 - A voz na Escuridão


Era uma tarde comum na comuna rural de Lajatico, Itália. Num pequeno campo improvisado, alguns garotos jogavam futebol.

A princípio, a meninada torcia o nariz quando o jovenzinho Andrea oferecia-se para jogar. Diziam que ele tinha um problema de nome esquisito, que o fazia enxergar muito mal. Goleiro, nem pensar... Com o tempo haviam se acostumado. Naquele dia, porém, o destino selaria sua sentença... Numa emocionante jogada de ataque, um chute poderoso e certeiro fez a bola atingir a cabeça de Andrea, e ele ficou definitivamente cego.

Talvez aquele que não possa ouvir o que vem de fora, possa ouvir melhor o que vem de dentro, como Beethoven. E se com a visão dá-se o mesmo, talvez tenhamos boa explicação para o excepcional talento que o garoto cego passou a demonstrar em sua emoção e voz.

Andrea Bocelli veio a tornar-se um dos maiores cantores do mundo. Engrossou também, junto do ícone Luciano Pavarotti, a fileira dos gênios que vieram ao mundo numa importante missão: trazer a música das óperas e orquestras para o povo, para as grandes massas. Grandes massas estas extremamente desgastadas pela frivolidade e banalidade que tem condenado a música popular ao posto de trivialidade instantânea.

Muitas foram as canções que fizeram sucesso pela voz de Andrea. Uma delas chama especial atenção, não só por sua beleza em si, mas por conter uma poética homenagem à nossa padecida Terra.

-“Andrea Bocelli – Canto Della Terra”:
http://www.youtube.com/watch?v=kCrWxKoOhH8&feature=related

Bom proveito!

terça-feira, 6 de maio de 2008

#23 - Aqueles foram os dias...


O compositor russo Boris Fomin (1900 – 1948) incorporou muito do estilo cigano em suas músicas, embora seja difícil dizer pelos meios lógicos em que elementos das mesmas elas se entrelaçam.

Saber que ele era grande freqüentador aleatório de tavernas é uma informação bem satisfatória para estabelecer uma conexão, mas ela satisfaz apenas um aspecto externo e estético de seu estilo.

Boris só conseguiu deixar uma marca, criar um ícone da música cigana (mesmo sem ser um), quando, no auge da vida, viu-se desiludido a lembrar das épocas passadas, quando tinha grandes sonhos e podia dividi-los como se o fracasso fosse impossível, não importando o tamanho da imaginação.

É desse universo nostálgico que surgiu a antológica canção Дорогой длинною ("Dorogoi dlinnoyu"). Ao mesmo tempo em que sua melodia e energia imprimem ânimo e ritmo em nossas almas, a letra revela um coração aparentemente partido pela discrepância entre presente e passado; um passado onde sonhar com tudo de maravilhoso que se faria nunca era demais.

E por fim... Se ainda está se perguntando o porquê dessa foto do Pedro de Lara, então vá logo a um dos links e provavelmente poderá provar um pouquinho da nostalgia que inspirou nosso caro Boris...

Links:

- Versão tradicional:
http://www.youtube.com/watch?v=xXbBrj3uX8M

- Versão menos tradicional:
http://www.youtube.com/watch?v=_TStyce4flQ

- Versão moderna:
http://www.youtube.com/watch?v=y6pVdnuOrbE&feature=related

Bom proveito!

terça-feira, 1 de abril de 2008

#10 - ... E verde crescia o lírio por entre os arbustos."


Designou-se “Celta” todo um conjunto de diversas tribos que espalharam-se a povoar o noroeste europeu a partir de 2000 A.C. Mais tarde, a maior parte destas tribos foi conquistada pelos romanos, e sua cultura passou por sérios abalos.

Ainda assim, a música Celta atravessou o tempo, e na segunda metade do século 20 eclodiu para o mundo, embora imbuída de alguns elementos modernos.

A música sugerida vêm mostrar o lado mais essencial da música celta. Trata-se de uma interessante canção tradicional, cuja origem (como a grande maioria de nossas manifestações folclóricas) é um tanto incerta e desconhecida.

Na atualidade esta canção é executada principalmente por um homem chamado Christy Moore, por quem ela é mais conhecida. Só que a versão escolhida é especial: trata-se da performance apaixonada de um ator durante a cena de abertura do filme “Em Nome de Deus”.

O único instrumento executado aqui é o bodhrán, espécie de tambor que em 1603 era usado pelo exército irlandês como bateria de guerra para organizar a formação dos soldados. O bodhrán só popularizou-se mesmo como instrumento musical a partir de 1950, sendo utilizado por diversas bandas e grupos ao redor do mundo.

Link:

Bom proveito!

The Well Bellow The Valley

"A gentleman was passing by
He stop for a drink as he got dry
The well below the valley-o
Green grows the lily-o
Right among the bushes-o

My cup is full up to the brim
If I were to stoop I might fall in
The well below the valley-o
Green grows the lily-o
Right among the bushes-o

He said, Young maid you're swearing wrong
For six young children you had born
The well below the valley-o
Green grows the lily-o
Right among the bushes-o

If you be a man of noble fame
You'll tell to me the father of them
The well below the valley-o
Green grows the lily-o
Right among the bushes-o

There's two buried 'neath the stable door
The well below the valley-o
Green grows the lily-o
Right among the bushes-o

I'll be seven years a-ringing the bell
But the lord above may save my soul
From burning in hell
Green grows the lily-o
Right among the bushes-o"

quinta-feira, 27 de março de 2008

#3 - Violeta Parra - Volver a Los 17


Violeta Parra (1917 - 1967) é considerada a maior folclorista do Chile, bem como fundadora da música popular chilena. Estudou música como autodidata logo aos nove anos, e posteriormente passou a compor canções que moveram as massas revolucionárias do país.

Violeta viajou muito quando tornou-se compositora e cantora reconhecida, mas foi sua viagem à Argentina que rendeu-lhe grande sucesso, não só por sua obra em si, mas por ter encantado a diva Mercedes Sosa, por quem tornou-se muito mais popular, já que esta emprestou às canções mais belas de Violeta sua voz quente e apaixonada.

Nesta versão sugerida aqui a obra tem uma estondeante instrumentação orquestral. A paixão e encanto latino aqui se apresentam em sua verdadeira forma: a forma musical. É música de almas humanas, não de cabelos, corpos e roupas (ou falta delas...).

Link:



Bom proveito!

"Volver a los diecisiete
después de vivir un siglo
es como descifrar signos
sin ser sabio competente,
volver a ser de repente
tan frágil como un segundo,
volver a sentir profundo
como un niño frente a Dios,
eso es lo que siento yo
en este instante fecundo.
Se va enredando, enredando,
como en el muro la hiedra,
y va brotando, brotando,
como el musguito en la piedra.
Ay si si si
Mi paso retrocedido
cuando el de ustedes avanza,
el arco de las alianzas
ha penetrado en mi nido,
con todo su colorido
se ha paseado por mis venas
y hasta las duras cadenas
con que nos ata el destino
es como un diamante fino
que alumbra mi alma serena.
Lo que puede el sentimiento
no lo ha podido el saber,
ni el mas claro proceder
ni el más ancho pensamiento,
todo lo cambia el momento
cual mago condescendiente,
nos aleja dulcemente
de rencores y violencias,
sólo el amor con su ciencia
nos vuelve tan inocentes.
El amor es torbellino
de pureza original,
hasta el feroz animal
susurra su dulce trino,
detiene a los peregrinos,
libera a los prisioneros,
el amor con sus esmeros
al viejo lo vuelve niño
y al malo solo el cariño
lo vuelve puro y sincero.
De par en par en la ventana
se abrió como por encanto,
entró el amor con su manto
como una tibia mañana,
al son de su bella diana
hizo brotar el jazmín,
volando cual serafín
al cielo le puso aretes
y mis años en diecisiete
los convirtió el querubín."