O frio da Inglaterra reforçava os cinzentos humores do contingente discente e docente da conceituada escola
Charterhouse. No meio de uma multidão de garotos alienados pela castradora disciplina do local, um trio reunia-se para criar músicas de rock, a contragosto de seus pais.
Era meados de
1967 e o propósito inicial de
Peter Gabriel (voz e flauta),
Mike Rutherford (baixo) e
Tony Banks (teclados), era compor canções para vendê-las a artistas e gravadoras. Como ninguém queria comprá-las, decidiram eles próprios formarem uma banda e pô-las em prática. Assim surgiu o
Genesis, que viria a tornar-se uma das melhores bandas de rock progressivo de todos os tempos. Duas tragetórias, no entanto, muito chamam a atenção na carreira do Genesis. São os dois gênios musicais
Peter Gabriel e
Phil Collins.
O vocalista
Peter Gabriel era uma atração à parte em todos os shows da banda, imprimindo com maestria o elemento teatral às apresentações, ao ponto de os outros membros questionarem o uso de tais recursos.
Phil Collins, por sua vez, pode ser apresentado apenas mencionando-se que durante os testes do Genesis para encontrar o primeiro baterista, os outros integrantes já sentiram que era ele o cara ideal, após verem-no simplesmente tomar as baquetas e sentar-se à bateria.
O Genesis seguiu firme e forte por um tempo, após uns trancos e barrancos iniciais, até que
Peter Gabriel decidiu deixar o grupo, querendo dedicar-se mais à vida pessoal. Ele chegou a admitir, muitos anos depois, que sentiu intensos ciúmes com o fato do
Genesis ter estourado no mundo inteiro logo após sua saída, afinal, esperava que sua ausência tivesse maus impactos. E boas surpresas coloriram esta transição, já que
Phil Collins, o baterista, assumiu os vocais. Isto ocorreu pois ao comandar os testes na busca de um cantor novo, ele sempre mostrava aos candidatos como cantar, e na verdade sempre cantava melhor que todos. Sob o comando de Phil, o
Genesis foi aos poucos tomando um aspecto mais pop, fato que agradou a muitos e desagradou fãs mais conservadores.
Após anos de constante ascendência,
Phil começa a enfrentar sérios problemas pessoais, e pede ao grupo para que possa fazer uma pausa, até que consiga resolver-se. Sua esposa, desagradada com sua constante ausência pelas turnês, queria divórcio. Phil fez o possível para recuperar o casamento, mas a mulher, por fim, optou pela separação. Entristecido, o cantor passou uma temporada isolado em uma casa, e escreveu diversas cartas para a mulher. Decidindo-se por não enviá-las, foi compondo canções com elas(
http://www.youtube.com/watch?v=jXBuhk-8sWs), até que o produtor do
Genesis, em uma visita, ouviu as mesmas e aconselhou-o a gravar um álbum. Assim começou a muito exitosa carreira solo de
Phil Collins, como cantor
pop. Suas músicas ganharam não só temática romântica, mas também crítica social, como no hit (
http://www.youtube.com/watch?v=ftlYLcEW_I4&feature=related).
Paralelamente, o ex-Genesis
Peter Gabriel estourava nas paradas (também como cantor pop) com um hit cujo clipe tornou-se um marco, tamanha sua criatividade. Tratava-se da maravilhosa “
Sledgehammer” (
http://www.youtube.com/watch?v=hqyc37aOqT0)
Nos links a seguir poderemos analisar alguns aspectos da grande mudança de estilo ocorrida no Genesis desde seu início até seus momentos finais:
-Genesis - Firth of Fifth (
da era Peter Gabriel, é uma das criações mais incríveis da banda, em que podemos sentir a capacidade criativa do tecladista Tony Banks. Destaque para o apoteótico solo de guitarra em 6:25, do lendário Steve Hackett):
http://www.youtube.com/watch?v=5vtfLIxV7uo-Genesis – Mama (
da era Phil Collins mais adiantada. A música fala sobre a atração de um jovem por uma prostituta mais velha. Ela tem um aspecto eletrônico, e sua intensidade é uma crescente hipnótica):
http://www.youtube.com/watch?v=lx7ENNe5VhY-Solo de Bateria (
Phil Collins mostrando o que sabe, em dueto com Chester Thompson):
http://www.youtube.com/watch?v=XUR4k0LyTdc&feature=relatedBom proveito!