A noite já havia deitado a escuridão sobre as ruas daquela remota aldeia de pescadores. Alguns pequenos focos de luz procuravam vencer as trevas, em alguns casebres, e principalmente no precário bar da região. Lá dentro os homens jogavam conversa fora, aqui e ali.
- Chegou um cara esquisito aqui esses dias, cê viu? – pergunta um deles ao companheiro que dividia a mesa e uma cerveja.
- Fora de temporada? Vi não...
Instantes depois entra no local uma figura tranqüila e resoluta, cabelos grandes e barba espessa. Trazia os olhos profundos mais tristes do que o sorriso que parecia querer brotar de seus lábios.
- Olhaí o próprio! – cochichou o primeiro.
- Que cara esquisito... Parece daqueles poeta solitário que vive cantando nossas mulhé.
- Ah... se ele vier com esses papo... – era tarde demais, pois o assunto dirigia-se até os dois.
- Boa noite! Posso me sentar? – pediu com gentileza o “poeta solitário”.
- Pode sim, claro – disseram os dois.
- Chegou um cara esquisito aqui esses dias, cê viu? – pergunta um deles ao companheiro que dividia a mesa e uma cerveja.
- Fora de temporada? Vi não...
Instantes depois entra no local uma figura tranqüila e resoluta, cabelos grandes e barba espessa. Trazia os olhos profundos mais tristes do que o sorriso que parecia querer brotar de seus lábios.
- Olhaí o próprio! – cochichou o primeiro.
- Que cara esquisito... Parece daqueles poeta solitário que vive cantando nossas mulhé.
- Ah... se ele vier com esses papo... – era tarde demais, pois o assunto dirigia-se até os dois.
- Boa noite! Posso me sentar? – pediu com gentileza o “poeta solitário”.
- Pode sim, claro – disseram os dois.
Após as primeiras apresentações, e algum silêncio, um dos nativos pergunta, no meio de um gole:
- Então... que anda fazendo por essas bandas sozinho?
- Nada de mais – respondeu, com certa tristeza. – Acho que fugindo de alguma coisa.
O par da região entreolhou-se, compreendendo algo.
- Ah... tá numa fase ruim, é?
- Bom... acho que não temos fases... temos faces.
Outro olhar foi trocado pelos matutos, este mais longo e pesado. Em seguida, o homem pediu licença e apontou para o balcão, para onde dirigiu-se.
Pediu algo ao velho que atendia, pouco antes de virar o rosto, dar “Boa noite” e puxar papo com os figuras ao seu lado.
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Oswaldo Montenegro compôs música e letra da canção a seguir, que talvez seja uma das mais belas obras que postarei aqui em muito tempo. Melodia intensa, harmonia perfeita e poesia deliciosa e precisa:
- Oswaldo Montenegro – “Bandolins”:
http://www.youtube.com/watch?v=VqBj0BPZ3dU
Bom proveito!
1 comentários:
Mais um belo texto. Muito bom visitar esta página, há sempre algo muito bom de se ler aqui.
Abraço!
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