Uma delas, bastante premiada e aclamada, foi uma exceção quanto à expectativa de seu diretor. Mel Gibson, já exausto e a poucas semanas de estrear o filme que dirigia e estrelava, tinha convicção de que ali estava algo muito especial. Acontece que ainda havia um importante detalhe a ser adicionado a seu tão querido “filho”: trilha sonora. O receio de Mel Gibson, de que a música não atingisse a sensibilidade e grandeza necessárias a seu filme fez com que ele até especulasse deixar algumas cenas sem música, com receio de que ela as arruinasse. Felizmente, quem assistiu “Coração Valente” (1995) já sabe que esse drama (o do diretor, claro) teve um final mais que feliz.
Contratado para compor a música do filme, o americano James Horner emocionou Mel Gibson a ponto dele afirmar que estava diante de uma das trilhas sonoras mais belas da história. A exemplo disso, basta uma olhada nessa pequena cena: (www.youtube.com/watch?v=YzRx_qUWjOw).
James Horner – “A Gift of a Thistle & The Secret Wedding” (Coração Valente):
http://www.youtube.com/watch?v=Vgw1DqgtI0E&feature=related
Mesmo com trabalhos tão expressivos, James Horner talvez seja o compositor cinematográfico mais criticado e controverso. A maior acusação que os críticos (ou músicos frustrados, talvez...) lhe fazem é o fato dele reutilizar material de suas trilhas anteriores, ou de ser um tanto repetitivo. Sinceramente, não vejo problema num músico copiar a si mesmo, visto que existe, além de tudo, certas dificuldades jurídicas em se processar a si mesmo por plágio...
O maior exemplo da citada reutilização são as duas trilhas a seguir. Repare que ambas são a mesma música, com arranjo levemente adaptado:
James Horner – The Machine Age (Introdução de “O Homem Bicentenário”):
http://www.youtube.com/watch?v=quINm_8HrKg
James Horner – A Kaleidoscope of Mathematics (Uma Mente Brilhante):
http://www.youtube.com/watch?v=mZI3VWSu0nM
A fantástica trilha de abertura do filme “O Homem Bicentenário” chamou muito a atenção do diretor Ron Howard, quando ele dirigia o filme “Uma Mente Brilhante”, achando que a faixa poderia ilustrar o interior da mente do personagem John Nash com a dose perfeita de loucura e beleza. Aliás, a voz feminina que ouvimos nesta versão pertence a Charlotte Church, a mesma garota que participou da canção de abertura da novela Terra Nostra, talvez muitos se lembrem...
Bom proveito!