terça-feira, 1 de dezembro de 2009

#73 - Um Compositor Titânico


Normalmente os diretores de filmes, por mais que acreditem num novo trabalho, não tem qualquer certeza de que ele será um sucesso. Isto acontece mesmo com filmes que hoje temos como obras-primas.

Uma delas, bastante premiada e aclamada, foi uma exceção quanto à expectativa de seu diretor. Mel Gibson, já exausto e a poucas semanas de estrear o filme que dirigia e estrelava, tinha convicção de que ali estava algo muito especial. Acontece que ainda havia um importante detalhe a ser adicionado a seu tão querido “filho”: trilha sonora. O receio de Mel Gibson, de que a música não atingisse a sensibilidade e grandeza necessárias a seu filme fez com que ele até especulasse deixar algumas cenas sem música, com receio de que ela as arruinasse. Felizmente, quem assistiu “Coração Valente” (1995) já sabe que esse drama (o do diretor, claro) teve um final mais que feliz.

Contratado para compor a música do filme, o americano James Horner emocionou Mel Gibson a ponto dele afirmar que estava diante de uma das trilhas sonoras mais belas da história. A exemplo disso, basta uma olhada nessa pequena cena: (www.youtube.com/watch?v=YzRx_qUWjOw).
De fato, o filme ganhou cerca de 20 prêmios cinematográficos. Aí vão dois temas completos:

James Horner – “A Gift of a Thistle & The Secret Wedding” (Coração Valente):
http://www.youtube.com/watch?v=Vgw1DqgtI0E&feature=related

Mesmo com trabalhos tão expressivos, James Horner talvez seja o compositor cinematográfico mais criticado e controverso. A maior acusação que os críticos (ou músicos frustrados, talvez...) lhe fazem é o fato dele reutilizar material de suas trilhas anteriores, ou de ser um tanto repetitivo. Sinceramente, não vejo problema num músico copiar a si mesmo, visto que existe, além de tudo, certas dificuldades jurídicas em se processar a si mesmo por plágio...

O maior exemplo da citada reutilização são as duas trilhas a seguir. Repare que ambas são a mesma música, com arranjo levemente adaptado:

James Horner – The Machine Age (Introdução de “O Homem Bicentenário”):
http://www.youtube.com/watch?v=quINm_8HrKg

James Horner – A Kaleidoscope of Mathematics (Uma Mente Brilhante):
http://www.youtube.com/watch?v=mZI3VWSu0nM

A fantástica trilha de abertura do filme “O Homem Bicentenário” chamou muito a atenção do diretor Ron Howard, quando ele dirigia o filme “Uma Mente Brilhante”, achando que a faixa poderia ilustrar o interior da mente do personagem John Nash com a dose perfeita de loucura e beleza. Aliás, a voz feminina que ouvimos nesta versão pertence a Charlotte Church, a mesma garota que participou da canção de abertura da novela Terra Nostra, talvez muitos se lembrem...
Ah, e só para evitar a falta da citação, vale lembrar que sua trilha mais popular talvez seja a do filme "Titanic" (inclusive a canção interpretada por Celine Dion).

Bom proveito!

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