quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

#60 - A banda de um homem só


Uma situação hipotética...

Imagine que eu te convide, empolgadíssimo, para ir comigo a um show. Você me pergunta do que se trata, e eu respondo que é de um cantor maravilhoso, filho do primeiro barítono negro a obter reconhecimento. Digo que é imperdível, já que o homem tem uma capacidades vocal extraordinária (cerca de 4 oitavas), e que além de tudo detém uma misteriosa técnica oriental de vocalizar, sozinho, mais de uma nota ao mesmo tempo.

Talvez você fique empolgado. E lá vamos nós, felizes.

Agora, o que você sentiria se, ao chegar ao tal show, se deparasse com um palco absolutamente vazio? E o que pensaria, então, quando entrasse finalmente o tal cantor, e ele viesse com nada além de um microfone, e começasse a fazer uns passinhos desajeitados, e a soltar uns murmúrios sem sentido?

E se eu garantisse que, nos dois minutos seguintes você já estaria provavelmente com vontade de aplaudi-lo de pé?

Acreditaria? Então veja com os próprios olhos, e ouça com os próprios ouvidos...

Com vocês, o maestro Bobby McFerrin:

Improvisação:
http://www.youtube.com/watch?v=MVVUMNv1t9w

Invenções Espontâneas:
http://www.youtube.com/watch?v=5VfyMPHzYdQ&feature=related

“Bobby McFerrin – Drive”:
http://www.youtube.com/watch?v=LtXrKo8Btfc&feature=related

“Bobby McFerrin – Ave Maria”:
http://www.youtube.com/watch?v=PgvJg7D6Qck&feature=related

Bom proveito!

#59 - Basil - O Bárbaro


Eu aposto com toda segurança: se você perguntar a qualquer fã de RPG ou temas medievais, qual é a trilha sonora favorita dele, o indivíduo que não responder “Conan – O Bárbaro” só o fará por nunca tê-la ouvido.

Esta obra musical antológica foi composta por Basil Poledouris, um grego criado nos EUA entre o som do órgão de sua igreja, alguns pequenos encargos eclesiásticos e aulas de piano.

O que mais impressiona no estilo de Basil é sua capacidade de mergulhar tão fundo, e com tanta propriedade, em aspectos extremamente distintos da música. A trilha de “Conan – O Bárbaro” é um resumo desta sua genialidade, que vai das mais potentes forças telúricas ao mais sublime lirismo.

Sua filmografia (curta para um artista de seu nível) também reflete esse extremismo, já que nela há necessariamente filmes bastante adversos entre si (“Conan” e “Free Willy”, ou “Robocop” e “A Lagoa Azul”).

A seguir vão links para sua obra-prima, algumas de minhas partes favoritas de “Conan – O Bárbaro”. Por último posto um vídeo raríssimo, feito por um espectador: o próprio Basil regendo seu tema mais famoso e recebendo uma das mais longas ovações de sua vida, pouco antes de falecer em 2006.

“Conan, O Bárbaro – Anvil of Crom”:
http://www.youtube.com/watch?v=sHDmXtW9Yx0

“Conan, O Bárbaro – Theology / Civilization”:
http://www.youtube.com/watch?v=Gur7kJythgM&feature=related

“Conan, O Bárbaro – Wifeing”:
http://www.youtube.com/watch?v=4HOauI2KBS0

Basil Poledouris regendo:
http://www.youtube.com/watch?v=NaBBQsRvwkU&feature=related

Bom proveito!

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

#58 - Boas Festas!


Gostaria de, em primeiro lugar, desejar a todos um Feliz Natal. E em segundo lugar, gostaria de sugerir que, em meio a tantas correrias naturais pelos produtos costumeiros das Festas, todos pudéssemos, no mínimo, tirar alguns instantes para refletirmos sobre a razão de existência desta data.

Esquecendo discussões inúteis sobre datações, há pouco mais de dois mil anos veio ao mundo um homem que dividiu a contagem dos anos em Antes e Depois, por nos ensinar a amar.

Jesus de Nazaré dividiu a História Planetária por inverter totalmente o paradigma moral da época. Ao invés de “olho por olho, dente por dente”, o amor incondicional e o perdão tornaram-se as novas Leis Humanas e o mais difícil dos desafios íntimos que temos de enfrentar.

Tamanho é o absolutismo de seu ensinamento que ainda hoje raros são aqueles que conseguem pôr em prática. Ainda assim, o desafio está colocado, não como uma lei religiosa vazia, mas como o único caminho para a felicidade verdadeira (a coletiva) e para a evolução do mundo.

Existem muitas músicas natalinas, e gostaria de postar uma de minhas favoritas numa versão mais moderna que achei bem bonita. E também uma clássica homenagem de Bach ao Mestre da Humanidade.

“God Rest Ye Merry Gentlemen”(autor desconhecido):
http://www.youtube.com/watch?v=01uoLNxSLrY

“Bach – Jesus Alegria dos Homens”:
http://www.youtube.com/watch?v=DNdjML2kquc&feature=related

“Ame ao próximo como a ti mesmo, e a Deus sobre todas as coisas.”

Feliz natal a todos!

#57 - Bicho do mato


E aquele jovem que seria advogado no Rio de Janeiro decidiu largar tudo e voltar para sua terra. Por quê? Ideologia, epifania...?

Somente o talento de Almir Sater nos fornece a pista para explicar tamanho risco... deixar uma metrópole importante, um curso importante, numa idade tão decisiva, para voltar à sua casa: um lugar tão remoto aonde, na maior parte do ano, só se pode chegar de avião.

Ao ouvir as músicas de Almir, pode-se compreender perfeitamente o universo que povoa seu íntimo, e este universo é sua terra natal. Seu lar de origem é tão perdido na imensidão pantaneira que os indivíduos lá são obrigados a viver aglutinados à natureza e a obedecerem rigorosamente os seus ciclos. Lá também perde-se a noção de “propriedade”, e a única coisa que se consegue chamar de “casa” é a paisagem.

As músicas de Almir Sater são uma tradução gritante deste contexto. Sua voz é pacífica, seu toque de viola é brilhante, e suas letras a poesia da natureza.

-“Terra de Sonhos”:
http://www.youtube.com/watch?v=Vj4oCRUbrno

-“Trem do Pantanal”:
http://www.youtube.com/watch?v=NcfFvcxOnSM
Bom proveito!

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

#56 - "Que que deu nesse menino?..."


Não seria mesmo fácil encontrar uma forma empolgante de falar sobre Andy McKee, ou de narrar sua ainda curta história musical.

É tudo muito simples, muito comum... O tipo de coisa que ocorre de maneira repentina e quase ninguém nota. Deve ser igual a visitar parentes e encontrar aquele garotinho de 12 anos que você não vê há 5 anos, e grita: “Meu Deus, o que aconteceu com você?!”.

Sabe-se lá o que ocorreu... Andy McKee tinha 13 anos, e deu na cabeça dele fazer umas aulas de violão. Não houve nada de mais, já que o garoto não dava a mínima para as lições. Um primo (desses primos quaisquer, que todo mundo tem), foi com ele, certo dia, à apresentação de um violonista bacana. Andy gostou do que viu, e comprou uma fita de vídeo com algumas técnicas do homem.

Aí então, assim de repente, como gritar “meu Deus, o que aconteceu com você?!”, deu nisso. McKee tornou-se um violonista compositor, detentor de uma incrível capacidade de fazer com duas mãos o que normalmente necessitaria de quatro.

A música “Drifting”, de seu terceiro CD, já foi assistida mais de 8 milhões de vezes no Youtube.

“Andy McKee – Drifting”:
http://www.youtube.com/watch?v=Ddn4MGaS3N4&feature=related

“Andy McKee – Art of Motion”:
http://www.youtube.com/watch?v=nmE3QaGetn4&feature=channel

Bom proveito!

#55 - A canção de todo mestre


Hoje podemos enumerar diversos filmes que tratam do tema “Mestres & Alunos”. Temos “A Sociedade dos Poetas Mortos”, “Mentes Perigosas”, “Adorável Professor”, “Escritores da Liberdade”, etc...

O que muitos de nós não sabemos, é que este gênero ganhou destaque graças ao filme “Ao Mestre com Carinho”, de 1966, e estrelado por Sidney Poitier, o primeiro ator negro a receber um Oscar de melhor ator principal.

O filme, que já é belíssimo por si, vem adocicado por uma maravilhosa canção, cuja intérprete (Lulu) é mesmo a própria atriz que faz o papel da aluna que canta no final. A letra de “To Sir, With Love” fala sobre uma transição para a maturidade, e da incapacidade de se agradecer aquele que tornou possível esta transição.

A música (composta por Don Black e Marc London, escritor do “The Muppet Show”) alcançou imediatamente o topo das paradas, e até hoje é possível para muitos lembrarem-se de tê-la ouvido em algum lugar... em alguma época...

“Lulu – To Sir, With Love”:
http://www.youtube.com/watch?v=AQztUCuXzKU&feature=related

Bom proveito!