terça-feira, 12 de maio de 2009

#71 - Rock, Duque e um cavalo


Existem muitas bandas de rock que tem pretensão de serem politizadas. Que atribuem a si mesmas uma parcela na conscientização da juventude através de seu som supostamente inovador ou letras supostamente revolucionárias.

Há outras, no entanto, que acabam sendo rotuladas efusivamente como tal, sem qualquer intenção que não a música. Por exemplo, quem estivesse assistindo a uma corrida de cavalos, se encantasse pelo vigor e velocidade do campeão, e sugerisse inocentemente aos amigos: “Ei, que tal botarmos o nome desse cavalo na nossa banda?”, por algum acaso estaria pretendendo criar algum movimento político, ou fazer honras saudosas a um mártir revolucionário?

Foi exatamente o que ocorreu com a banda escocesa Franz Ferdinand. O cavalo campeão chamava-se Archduke Ferdinand. Acontece que o dito cujo havia sido batizado em homenagem ao arquiduque autríaco Franz Ferdinand, cujo assassinato em Sarajevo, em Junho de 1914, desencadeou uma série de eventos que levaram ao estouro da 1ª Guerra Mundial.

A banda Franz Ferdinand fez questão de dizer que escolheram o nome pela sonoridade, e só. Nada mais preciso, afinal (correndo o risco de ser óbvio e piegas), foi pela sonoridade, e não por ideologias, que a banda tornou-se um marco no ano de 2004, já com o lançamento do primeiro álbum. E não seria justo dizer que eles recuperaram uma sonoridade perdida no rock dos anos 80, já que diversas bandas sempre o fizeram ao longo dos anos... mas se estabelecermos que tais proezas só merecem ser atribuídas a quem faz algo realmente competente, então a informação é válida.

Aí vão minhas favoritas:

Franz Ferdinand – Walk Away:
http://www.youtube.com/watch?v=qII2RBVcEKQ

Franz Ferdinand – Take me Out:
http://www.youtube.com/watch?v=x_9GR9kdZ3o

Bom proveito!

#70 - O Rei das Galhofas


Ironia do destino, ou não, a descoberta da música na vida do compositor alemão Jacques Offenbach, considerado um dos maiores mestres da comédia musical, deu-se de forma bastante cômica, como não poderia deixar de ser.

Seu pai era violinista, mas em 1826, aos sete anos de idade, Offenbach deparou-se com um violoncelo. Ficou estupefato com aquilo, dizendo que aquele era o maior violino que ele já vira na vida. Após esgotar a mente na busca de uma resposta para o porquê de um violino precisar daquele tamanho todo, passou a uma busca infrutífera por encontrar um modo de posicioná-lo ao ombro. Não encontrando solução possível, deitou o instrumento ao chão e passou a experimentar o som das cordas ali mesmo. Imediatamente, a sonoridade abrangente, muito similar à voz humana, fez o menino tomar uma decisão.

Em pouco tempo, o pequeno Offenbach demonstrou extremo talento para música, e já aos doze anos era considerado um virtuose no violoncelo. Passou alguns anos tentando ganhar a vida sozinho, como violoncelista, e chegou a estudar composição num conceituado conservatório. Mas apenas um ano bastou para que ele não suportasse as regras rígidas do local, e fugisse de lá para abrigar-se naquele que seria o portal para o universo que o tornaria mundialmente famoso: a ópera cômica.

As operetas eram óperas bem mais curtas e estritamente voltadas à comédia. O público que as freqüentava constituía-se das classes mais pobres, que se deleitava com a absurdidade das situações, as canções simples e as críticas ao modo de vida dos ricos. Jacques Offenbach rapidamente criou e compôs suas próprias operetas, e estas levaram abaixo, repetidas vezes, uma platéia cada vez maior e mais fiel ao músico.

A seguir, sua composição mais famosa, “Can Can”, largamente utilizada até os dias atuais em vários filmes, desenhos etc..

- Jacques Offenbach – “Can Can”:
http://www.youtube.com/watch?v=swmR_cPrHvY

- Jacques Offenbach – “Chanson Militaire”:
http://www.youtube.com/watch?v=M9ZPKEF2k0M

- Jacques Offenbach – “Barcarolle”:
http://www.youtube.com/watch?v=fepL7ez06ew

Bom proveito!